O
Moledo foi palco de um notável projeto, resultante da parceria entre a
Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e a autarquia local, que ao
longo de quatro anos trouxe até à aldeia de Moledo vários discentes do Mestrado
de Escultura Pública para desenvolverem peças alusivas à temática Inesiana.
Este
projeto contou com a participação de dez alunos que trabalharam a temática
relativa a Dom Pedro e Dona Inês de Castro, nomeadamente a passagem destas duas
figuras históricas por terras de Lourinhã, mais concretamente, pela aldeia do
Moledo.
Desta
ação resultou a construção de uma Rota de Escultura Pública que teve como
principais objetivos a consolidação efetiva desta localidade como aldeia
histórica, aliando-a à temática Inesiana, bem como a requalificação urbana de
alguns dos seus espaços. Esta ação contou ainda com a colaboração dos três
professores escultores responsáveis pela disciplina de “Projeto e Laboratório
de Escultura Pública”: António Matos, João Duarte e João Castro Silva.
A
par do protocolo supracitado com as Belas-Artes surgiram ao longo dos últimos
anos outras intervenções em espaço público, fruto de parcerias com outras
entidades e artistas das mais diversas áreas. Foi ainda frequente acontecerem
momentos culturais que procuraram dinamizar o interior do concelho e promover a
fruição de todo o género de artes no espaço rural que habitualmente só
encontramos nos grande centros urbanos. São exemplo disso: concertos de música
clássica e jazz, residências de Land Art (em parceria com a FBAUL) e formações
de professores em parceria com a APECV. Em paralelo é criado um Colectivo
denominado “Revolta das Agulhas” que contribui para que o espaço público do
Moledo seja dinâmico. Procurando mostrar que o processo de transformação que a
aldeia de Moledo tem sentido, pode (e deve) ser feito também pelos habitantes.
Este é um grupo que se pretende inclusivo, sem um “corpo” fixo, onde os
elementos que o integram se alteram em função das intervenções propostas, sendo
que é sempre constituído por pessoas da aldeia.
O
Logo da MAP de Moledo (Mostra de Arte Pública em Contexto Rural de Moledo) é
desenvolvido a partir do tradicional jogo do galo aliando o lúdico e/ou ócio a
dois elementos – coração e coroa – que estão intimamente ligados à história da
aldeia, substituindo a tradicional cruz e circunferência.
Os
conceitos de “ócio e lúdico” referidos anteriormente têm aqui um significado
importante, pretende-se convidar os visitantes da aldeia a percorre-la e
descobri-la à semelhança de um jogo, em que se procura um tesouro perdido. O
visitante que não tenha acesso ao mapa, poderá aventurar-se e seguir as marcas
que encontrará no chão.
Essas
marcas são fruto de um trabalho conjunto com a comunidade escolar da Freguesia.
Em simultâneo, é um exemplo de intervenção de arte pública que nos acompanha ao
longo de todo o percurso. Assim, esta marca tem não só pretensão de ser uma
intervenção, como também de assumir uma função prática de sinalética.